O arabista Federico Corriente, um dos maiores estudiosos da influência árabe-islâmica na cultura da Espanha, preferia se abster de falar da teoria de Samuel Huntigton do Choque de Civilizações, em que estariam em oposição o Ocidente e o Oriente, quando lhe era pedido. Essa recusa em falar sobre o assunto se dava, em primeiro, porque acreditava que um tema tão complexo poderia ser erroneamente simplificado em uma apresentação de poucos minutos. Em segundo, porque há o perigo que de seus interlocutores não procurem aceitar outras verdades, mas a confirmação de uma idéia já concebida.

Mas diante da atualidade e da importância central que o assunto ganhou na geopolítica mundial, Corriente resolveu que o silêncio já não era mais possível. O problema, para o professor, é o desconhecimento e a opinião que se faz sobre uma cultura da qual pouco se conhece.