O diário espanhol La Vanguardia noticiou nesta quarta-feira, 18, a entrada em cartaz do filme “La historia de Ahlaam”, que se passa no Iraque. O filme, rodado em 2004, é um retrato do diretor iraquiano Mohamed Al-Daradji, uma forma de suprir a necessidade de contar o dia-a-dia dos iraquianos por uma perspectiva interna, tendo como um forte pano de fundo o caos estrutural vivido pelo país por causa das sanções econômicas realizadas ao regime baathista e, depois, pela guerra que derrubou Saddam Hussein. Nele, o diretor se inspirou em fatos reais e conta a história de vários doentes mentais que escapam de uma instalação psiquiátrica onde estavam reclusos durante um bombardeio. No entanto, se a história lança um olhar sobre o país que procura se desvencilhar daqueles que surgem de fora da realidade da sociedade iraquiana, a própria produção do filme é um retrato esclarecedor do caos estrutural e social vivido pelo país desde a invasão de 2003. Segundo informa o La Vanguardia, a produção de Daradji se destaca por ser o único olhar sobre a guerra feito com um “selo iraquiano”. E rodar “La historia de Ahlaam” não foi fácil. “Só havia uma câmera em todo o Iraque, e era tão velha que se estragou durante a rodagem. Tivemos que parar as filmagens por três semanas para arrumá-la. E isso não era tudo. Tampouco podíamos importar filmes de 35mm, pois diziam que, por sua composição, podiam ser usados na fabricação de armas químicas, e havia cortes de eletricidade – só havia abastecimento duas ou três horas por dia – o que fez com que rodássemos entre os faróis da noite”, disse o cineasta ao diário espanhol. Outra forma de driblar as dificuldades na produção foi utilizar, em parte, atores não profissionais. Leia a matéria no site do La Vanguardia: http://www.lavanguardia.es/lv24h/20080318/53445727078.html