Política externa dos EUA no Oriente Médio é tema da aula de Reginaldo Nasser

Sex, 08/04/2011 - 09:58

 

Política externa dos EUA no Oriente Médio é tema da aula de Reginaldo NasserO professor de relações internacionais na PUC-SP retornou ao curso "Países Árabes: Conjuntura atual e Perspectivas" para discutir a ação dos Estados Unidos em diversos países e situações que envolvem o Oriente Médio e o mundo árabe. Para Reginaldo Nasser, o primeiro requisito para entender a interferência dos EUA na história do Oriente Médio é pensar como o país. A partir disso, o professor colocou o conceito de organização interna americano, em oposição ao que os EUA consideram a desordem interna que existe dentro de alguns países. Para eles, Estados considerados fracos podem contaminar o mundo com seus problemas, como aconteceu em 1973, com a crise do petróleo, que afetou a economia mundial. Segundo o professor, a tendência é considerar que ameaças como terrorismo, criminalidade, drogas, vêm de Estados desordenados que precisam de intervenções. Na década de 1990, é inclusive criado o conceito de Estado pária ou delinquente, que não age de forma racional. Esses países, cuja racionalidade não é a mesma dos EUA, segundo eles mesmos, oferecem perigo pois ignoram as tentativas de contenção ou distenção promovidas pela política externa estadunidense.Reginaldo Nasser falou também sobre a ascensão recente dos neoconservadores, que começam a se organizar para combater as transformações culturais propostas pelas mobilizações de 1968 em todo o mundo. Em princípio, se aproximam do Partido Democrata e depois migram para o Republicano, ao se identificarem com Ronald Reagan. Após os acontecimentos de 11 de setembro, os neoconservadores ascendem rapidamente e se fortalecem dentro do governo de George W. Bush. Como exemplo, citou a participação do historiador Bernard Lewis, que chegou a desenhar um novo mapa para o Oriente Médio, que seria implementado após um guerra mundial. Segundo o professor, a ideia consiste na criação de um arco de crise que provocaria a desestabilização interna dos Estados inimigos, provocando insurgências que terminariam de falir o que já está falido, e reconstruir o país por meio de ação militar em bases favoráveis aos EUA. O professor frisou também que o conceito de intervencionismo está presente tanto no Partido Democrata como no Republicano, pois a configuração política dos países do Oriente Médio, África e Ásia não se encaixa na ideia de Estado Nacional defendida pelos Estados Unidos.

O professor de relações internacionais na PUC-SP retornou ao curso "Países Árabes: Conjuntura atual e Perspectivas" para discutir a ação dos Estados Unidos em diversos países e situações que envolvem o Oriente Médio e o mundo árabe. 


Para Reginaldo Nasser, o primeiro requisito para entender a interferência dos EUA na história do Oriente Médio é pensar como o país. A partir disso, o professor colocou o conceito de organização interna americano, em oposição ao que os EUA consideram a desordem interna que existe dentro de alguns países. Para eles, Estados considerados fracos podem contaminar o mundo com seus problemas, como aconteceu em 1973, com a crise do petróleo, que afetou a economia mundial. 


Segundo o professor, a tendência é considerar que ameaças como terrorismo, criminalidade, drogas, vêm de Estados desordenados que precisam de intervenções. Na década de 1990, é inclusive criado o conceito de Estado pária ou delinquente, que não age de forma racional. Esses países, cuja racionalidade não é a mesma dos EUA, segundo eles mesmos, oferecem perigo pois ignoram as tentativas de contenção ou distenção promovidas pela política externa estadunidense.


Reginaldo Nasser falou também sobre a ascensão recente dos neoconservadores, que começam a se organizar para combater as transformações culturais propostas pelas mobilizações de 1968 em todo o mundo. Em princípio, se aproximam do Partido Democrata e depois migram para o Republicano, ao se identificarem com Ronald Reagan. Após os acontecimentos de 11 de setembro, os neoconservadores ascendem rapidamente e se fortalecem dentro do governo de George W. Bush. Como exemplo, citou a participação do historiador Bernard Lewis, que chegou a desenhar um novo mapa para o Oriente Médio, que seria implementado após um guerra mundial. Segundo o professor, a ideia consiste na criação de um arco de crise que provocaria a desestabilização interna dos Estados inimigos, provocando insurgências que terminariam de falir o que já está falido, e reconstruir o país por meio de ação militar em bases favoráveis aos EUA. 


O professor frisou também que o conceito de intervencionismo está presente tanto no Partido Democrata como no Republicano, pois a configuração política dos países do Oriente Médio, África e Ásia não se encaixa na ideia de Estado Nacional defendida pelos Estados Unidos.