Brasileiro está preso na Palestina

Seg, 20/04/2015 - 11:12
Entre os cerca de 7 mil presos políticos palestinos, há um brasileiro: Islam Hasan Jamil Hamed. A família luta desesperadamente para conseguir trazê-lo ao Brasil e uma campanha está em curso nesse sentido. O governo brasileiro foi informado da situação de Islam, que se encontra em greve de fome há mais de uma semana, sem perspectivas. Casado e com um filho, aos 30 anos, Islam enfrenta sua terceira prisão – apesar de sua pena já ter vencido em setembro de 2013, ele permanece em cárcere da Autoridade Nacional Palestina. Islam não matou ninguém; seu crime é resistir a uma ocupação desumana.

Sua primeira prisão, por Israel, se deu em 2002, aos 17 anos de idade. Ele foi condenado a cinco anos de detenção por atirar pedras em soldados. Saiu em maio de 2007, ao término da pena, e em janeiro do ano seguinte voltou a ser preso, sob a alegação de que representava risco à segurança de Israel. Em detenção administrativa, jamais foi condenado. Mesmo assim, ficou no cárcere por dois anos. A última prisão se iniciou em setembro de 2010, com pena de três anos.

Vinte dias antes do término, oficiais do governo palestino informaram que Islam teria permissão para vir ao Brasil. Sua família enviou cartas ao governo brasileiro, providenciou o visto para sua esposa e o passaporte brasileiro para seu filho, com a ajuda da Embaixada deste país, porém ele jamais foi solto. A família resolveu entrar com um processo, e o resultado da ação saiu no dia 24 de novembro de 2014. O Tribunal palestino declarou que Islam deveria sair imediatamente da prisão. No entanto, ele continua encarcerado, vivendo em uma cela pequena, sozinho, sem comunicação e com a luz acesa 24 horas por dia. 

Integrantes da recente missão humanitária do Fórum Social Mundial à Palestina ocupada levaram o caso ao embaixador do Brasil em Ramallah, Paulo França, e impulsionam a campanha pela sua libertação e extradição ao Brasil. Na sexta-feira, 17 de abril – Dia do Prisioneiro Político Palestino –, fizeram um chamado a quem luta por justiça e direitos humanos que se some a essa iniciativa e à exigência de libertação de todos os presos políticos palestinos.